A punição que vai além da pena de morte

No mês passado, seis condenados por tráfico de drogas foram executados na Indonésia

No mês passado, seis condenados por tráfico de drogas foram executados na Indonésia. Entre eles estava Marco Archer Cardoso, o primeiro brasileiro que teve a pena de morte aplicada no exterior. As leis do país para esse tipo de crime estão entre as mais rígidas do mundo.
Mas será que tirar a vida de alguém é, de fato, a melhor solução para combater a violência?
Para a Anistia Internacional e analistas do tema, a pena de morte é cara e ineficiente. Joe Domanick, diretor do Centro de Mídia, Crime e Justiça da Universidade da Cidade de Nova York, afirma que os bandidos e traficantes não se preocupam com o tipo de condenação que receberão por conta dos crimes. O próprio Marco Archer é um exemplo. O rapaz entrou no país com drogas com o objetivo de vendê-las, destruir famílias e enriquecer, sem se importar com quais seriam as possíveis consequências de seu ato.
Domanick propõe que a condenação seja substituída pela prisão perpétua.
Ainda segundo um relatório oficial do Centro de Informação sobre a Pena de Morte, “a aplicação da execução nos Estados Unidos não conseguiu diminuir a violência criminal”. Em A Era dos Direitos, Noberto Bobbio, filósofo e pensador italiano, conclui que “a pena de morte não serve para fazer diminuir os crimes de sangue.”
Antes de se posicionar a favor ou contra, pense nisso
“Se começar a valer aqui no Brasil serão filas e mais filas quilométricas de pessoas que pagarão pelo mal que fizeram”, desabafa uma secretária em uma conversa informal sobre o caso. A discussão ganhou força depois da morte de Marco Archer, mas será que é hora de falar em pena de morte em meio a tantos problemas que o Brasil enfrenta?
Antes de defender ou apoiar esse tipo de condenação, é preciso parar e refletir sobre as raízes dos problemas que causam tanta violência no Brasil. Educação de péssima qualidade, sistema de saúde ineficiente, desigualdade social gritante são algumas das grandes causadoras de tanta violência e do desvio de conduta dos brasileiros. 
O que será então mais eficaz: executar quem pratica um crime ou combater os motivos que fazem as pessoas cometerem os crimes? A esperança de um país melhor não deve depender de penas drásticas, como a de morte.

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