Vício tem cura?

Conheça o tratamento que está tirando milhares de pessoas do mundo das drogas

Fonte:  Folha Universal
     
Falar de vícios para muitas pessoas é um assunto difícil e delicado, principalmente porque o problema não envolve só o viciado. A família do usuário também sofre, pois é arrastada no turbilhão das drogas, perdendo, inclusive, a esperança de encontrar uma solução ou quem sabe acreditar em uma cura para um ente querido que se transforma em um estranho dentro de casa, sendo capaz de vender objetos ou até roubar familiares para obter a droga.
O ex-usuário Ricardo Sanson (foto ao lado) conta que seu primeiro contato com entorpecentes aconteceu quando tinha 12 anos. “Comecei com a maconha e fui para o lança-perfume. Com 18 anos, conheci a cocaína. A partir daí, abri mão de uma série de coisas, como esposa, família, filhos, convivência e sentimentos, pelo uso obsessivo, compulsivo e desenfreado. Eu saía dos tratamentos, dava um tempo e usava de novo. E não usei pouco, era de metro”, afirma. De acordo com a família dele, foram 12 internações e os gastos relacionados ao problema com as drogas passaram de R$ 1 milhão e envolveram até o pagamento a agiotas. Apesar do sofrimento, os pais de Ricardo e a esposa nunca desistiram de buscar a cura dele.
Estatística desfavorável
De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), há 27 milhões de toxicodependentes com problemas graves de saúde e quase 200 mil pessoas morrem anualmente por causa do consumo de narcóticos ilegais. No Brasil, o consumo de bebidas alcoólicas é responsável por cerca de 8% de todas as doenças existentes. A maconha é a principal droga ilícita utilizada, com cerca de 10% de adolescentes que fazem uso regular. Quase 1% da população brasileira consome cocaína e aparentemente metade desse consumo é na forma de crack.

De volta ao vício
Valdirene Oliveira Mota (foto ao lado) é outro exemplo de quem sofreu com a dependência química. “Sempre fui bem família. Na minha adolescência, fui conhecendo pessoas e me envolvi no mundo da música eletrônica. Comecei a tocar em baladas e festas. Só bebia e cheirava, mas ninguém percebia. Depois, perdi totalmente o controle e passei a usar todos os dias. Se estava feliz, usava; se estava triste usava também. Só fui contabilizando perdas: emprego, dinheiro, relacionamentos, sempre colocando a droga em primeiro lugar. Certo dia, meu marido disse para eu escolher entre as drogas e a família. Eu disse que não fizesse isso, pois o vício era mais forte e eu não tinha como enfrentá-lo”, relata.
Para Claudio Lana, (foto ao lado) especialista em cura de vícios, o que aconteceu com Ricardo e Valdirene é comum para um viciado. “Existem efeitos somáticos que são sentidos na hora em que as substâncias são usdas e efeitos psicológicos que dominam a mente do viciado depois do uso, que causam obsessão, compulsão, depressão, ansiedade, entre outros sintomas. Esse é o maior problema”, avalia.

Depois de tudo, a cura
Contudo, depois de tentar de tudo para se livrar do vício, Ricardo e Valdirene conheceram algo que os levou à cura: eles participaram do “Tratamento para a Cura dos Vícios”. De acordo com Lana, responsável pelo “Tratamento”, os encontros acontecem todos os domingos, em um espaço reservado na Universal da Avenida João Dias, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo. “É a maior clínica para cura do viciado, sem internações, sem medicamentos, sem custos, e que garante a cura. Não se trata de religião. É um método. As pessoas que vêm ao tratamento em busca de ajuda o veem como uma luz no fim do túnel, uma esperança para quem vinha sofrendo há anos com os vícios”, afirma.
Outro detalhe, segundo Lana, é que o “Tratamento” inicialmente beneficia o viciado, em seguida sua família e consequentemente a sociedade. “A família ainda pode buscar a cura do familiar viciado sem que ele esteja presente. Uma metodologia de fé que tem provado sua eficácia através dos resultados”, diz. Segundo Lana, o fato de ter sido ex-usuário de drogas e conhecer a mente de um viciado também ajudam na aplicação do “Tratamento”. “Sofri com esses mesmos sintomas físicos, psicológicos e sociais. Estou curado há mais de 18 anos, sem desejos ou recaídas. Por isso, sou incisivo no que falo: toda doença tem um agente causador, se arrancarmos o agente causador, a doença acaba. Nós sabemos quem é o agente causador do vício e sabemos como arrancá-lo”, conclui.
        

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