"Álcool: uma droga legal devastadora
Entenda os perigos de “beber socialmente”
O uso de entorpecentes é um costume antigo e tem raízes culturais em diversas civilizações. Seja em rituais ou cerimônias religiosas, de forma medicinal, no alívio de sintomas, ou para servir de puro entretenimento, o tema gera debates acirrados. Entretanto, as pessoas se esquecem, ou preferem ignorar, que as drogas legais, como o álcool e o cigarro, são tão destrutivas e danosas quanto a maconha, a cocaína e as outras que normalmente são repudiadas pela sociedade.Embora estudos apontem que a ingestão de álcool e o hábito de fumar sejam prejudiciais à saúde e ocasionem o vício, podendo levar a pessoa ao mesmo estado de um viciado em crack, por exemplo, as pessoas continuam a consumir bebida alcoólica e cigarro sem qualquer receio das consequências.Para a psicóloga Paula Aparecida Buzzo, do Hospital Santa Cruz, em São Paulo, a dependência ocorre porque a pessoa não acredita mais que será capaz de realizar algo sem antes usar a droga – legal ou ilegal –, que proporciona uma sensação inicial agradável de força, de poder. “No entanto, podem não perceber que, neste momento, estão perdendo o controle sobre o uso. Por isso, mesmo com tantas informações sobre os danos que as drogas podem causar, existe a ilusão do controle”, alerta ela.O cigarro já passa por um processo de desvalorização, com as campanhas antifumo e a proibição de fumar em lugares públicos. Mas o mesmo ainda não acontece com o álcool, que tem seu consumo incentivado como uma bebida social. As pessoas que não o consomem são muitas vezes vistas como “caretas”.
“Engatinhava para subir as escadas”
Patrícia Nossig (foto ao lado), de 34 anos, conta que ela também via o uso de álcool como uma coisa normal, mesmo com um histórico de alcoolismo na família. “Eu ia à casa da minha avó materna e levava uma garrafa de bebida como se fosse um presente. Eu cresci convivendo com o alcoolismo da minha mãe. Era muito triste para mim, para o meu pai e para a nossa família. Passávamos humilhação e vergonha por termos de ir ao bar atrás dela. Eu não ia. Quando ela estava lúcida, eu a amava, mas quando estava bêbada, eu tinha um ódio, tinha vontade de bater. Não chegava perto. Quando vinham me avisar que ela estava lá, caída, eu dizia para deixar ela lá, pra não virem me avisar”, conta.A mãe de Patrícia começou a frequentar as reuniões da Universal e conseguiu se libertar do vício. Mas a moça, por outro lado, passou a beber mais. “Meu marido começou a brigar comigo, dizendo que eu brigava com a minha mãe e agora estava fazendo igual a ela. Havia dias que chegava em casa tão alcoolizada que engatinhava para subir as escadas.” E, para completar, ela também fumava, algo que o marido não suportava.


Na ânsia de tentar preencher o vazio que sentia, Patrícia não conhecia limites quando estava numa mesa de bar. “Começava com cerveja, depois ia para a vodca e para o uísque. Tudo o que a minha mãe fazia, como dirigir bêbada, eu passei a fazer. Eu queria viver intensamente. Pensava que ia relaxar, mas sempre me excedia.”Depois de muito sofrimento, ao perceber que seu casamento estava por um fio, que sua filha estava perdendo o respeito por ela, assim como havia acontecido com ela em relação à mãe, Patrícia decidiu frequentar a palestra Tratamento para cura dos vícios na Universal, e tudo mudou na vida dela. “Quando eu parei de fumar e beber, meu casamento mudou. Minha filha começou a me ver com outros olhos, passou a me respeitar. Quando a gente bebe, as pessoas não nos respeitam. Antes eu passava os domingos curando ressaca, no quarto escuro, hoje passo em família.”

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